Muitas pessoas, ao ouvirem falar de lixo eletrônico, pensam que o assunto está somente relacionado com spam (mensagens indesejadas que chegam à caixa de e-mail).
Neste artigo, vamos abordar outro tipo de lixo eletrônico, que abrange diversos equipamentos já usados, tanto os “produtos de linha branca” como geladeira, refrigeradores, máquinas de lavar, micro-ondas; quanto aparelhos eletrônicos (computadores, smartphones e televisão).
Segundo o relatório feito pela Universidade das Nações Unidas (UNU), em parceria com União Internacional das Telecomunicações (UIT) e a Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA), o Brasil gerou um total de 1,5 milhão de toneladas de lixo eletrônico em 2016.
Esse resultado colocou o País na segunda posição dos geradores desse resíduo no continente americano. Sendo que boa parte dos equipamentos não são reciclados, nem apresentam manuseio e descarte adequados.
Também conhecido como e-lixo, ele se caracteriza por materiais compostos de várias substâncias químicas, como chumbo, mercúrio, entre outros metais pesados.
Perigos do lixo eletrônico
Esses aparelhos precisam ser manuseados por pessoas especializadas. A medida evita o risco de contaminação do meio ambiente e danos à saúde das pessoas.
Um caso de contaminação do meio ambiente com metais pesados foi o da empresa Saturnia, antiga fábrica de baterias industriais e de automóveis. Sem saber dos riscos, os moradores, que vivem nas proximidades dessa indústria, fizeram uma horta e consumiram alimentos contaminados, além de terem construído há dois anos um parquinho de diversão para as crianças.
A exposição humana a essas substâncias químicas causa doenças cardiovasculares, hepáticas e no sistema nervoso, podendo, em alguns casos, provocar a morte.
Saiba o que fazer para diminuir o lixo eletrônico
Não adianta grandes empresas criarem planos para reduzir os danos causados pelo e-lixo, se os cidadãos não priorizem as ações que abordaremos abaixo:
Reduza
Seja consciente e evite excessos. Não troque de celular, computador ou qualquer eletrônico sem precisar. Todo ano vai surgir um aparelho mais atualizado, mas que não é tão diferente do usado por você. Só compre algo novo, quando o equipamento antigo não for mais capaz de satisfazer às suas demandas.
Reutilize
Caso o seu aparelho esteja funcionando ou tenha um pequeno defeito, uma boa ideia é doar para instituições de caridade, escolas públicas ou projetos de inclusão digital. Dessa forma, você contribuirá para que muitas pessoas participem de atividades que visam unir tecnologia com cidadania.
Recicle
Muitas peças são recicladas por pequenas empresas. Um bom exemplo é a InfoPreta, que utiliza notebooks e peças de computadores e entregam os aparelhos restaurados para mulheres que moram em periferias.
Conheça procedimentos para o descarte adequado
O governo brasileiro criou, em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n° 12.305/10). A legislação determina que os fabricantes, distribuidores, consumidores e comerciantes devem tomar medidas para minimizar a quantidade de resíduos gerados, incentivando a reciclagem e o reaproveitamento dos equipamentos.
O primeiro passo para descartar um equipamento corretamente é separar o lixo eletrônico dos resíduos orgânicos e materiais recicláveis. Depois, será necessário pesquisar sobre as empresas ou cooperativas na sua cidade que aceitam esse material para reciclagem. O site eCycle, possibilita pesquisar o local mais próximo do seu endereço para descarte de determinado item.
Muitos fabricantes de aparelhos (Apple, HP, Motorola, LG, Acer, Vivo, TIM, Oi, Dell, Epson, Lenovo) aceitam a devolução para o reaproveitamento de material, além de coletarem os equipamentos para o descarte adequado.
Ao fazer com que esses aparelhos tenham uma destinação final correta, você ajudará na preservação do meio ambiente e na realização de ações voltadas para a inclusão digital.